quarta-feira, 2 de julho de 2008

Modas e Manias

Bom, faz tempo que não postamos nada aqui. Fim de semestre na faculdade faz nossas forças se esvaírem e a capacidade de pensar bobagens minguar.

De qualquer forma, estava aqui pensando, e conversando com meus colegas de trabalho, sobre as manias e modas de cada época. Já escrevi sobre isso anteriormente, porém em um âmbito bem mais específico.

Uma das primeiras modas que tenho lembrança é a do tabagismo. Lembro que na minha infância quase todo mundo fumava. Um cigarro na mão era como que uma marca de que o indivíduo estava antenado com as tendências modernas, enfim, se fumava era uma cara legal, e quase todos se empenhavam em demonstrar isso. Existia até uma campanha publicitária, não me lembro do quê, onde a idéia era mostrar o pai e seu convívio sadio com seu filho, e uma imagem surreal para os padrões atuais se mostrava: o pai segurando o filho no colo e com um cigarro aceso baforando nicotina na cara do garoto.

Depois veio a caça ao tabagismo e isso mudou.

Nessa mesma época em que comecei a me ter por gente, e a partir de onde minhas lembranças começam a ser mais abundantes, houve a Copa do Mundo de 86, com a figura bizarra do Araquém aloprando os países dos times que caíam diante a seleção canarinho de Zico, Sócrates, Careca e comandada pelo mestre Telê Santana. Isso seguiu até o fatídico jogo contra a França de Platini, onde lances como o pênalti batido na trave por Zico, o gol de Platini, e a bola batendo nas costas de Carlos mandaram o Brasil mais cedo de volta pra casa (naquele tempo a casa da maioria dos jogadores ainda era no Brasil). Nesse tempo o ufanismo era mais exacerbado, tentava-se fazer com que as pessoas acreditassem que ser brasileiro era a melhor coisa do mundo. O brasileiro era sempre o mocinho enquanto o estrangeiro era o vilão, principalmente no âmbito esportivo. O próprio Araquém e suas paródias desrespeitosas as outras nações demonstrava esse espírito. Bom, isso mudou, mas não tanto. Está aí Galvão Bueno e companhia que tentam manter essa tradição presente.



O tempo foi passando e chegou a adolescência e o gosto pela música. A mania no início dos anos 90, para a molecada de seus 15 anos de idade, era a gravação de fitas cassete. Gravávamos coletâneas com músicas de rádio (que raiva dava quando falava o nome da rádio no meio da música), cópias de vinis e coletâneas com músicas de nossos discos para presentear amigos ou, principalmente, aquela menininha que a gente estava afim (nesse casso uma fita cheia de baladinhas e músicas insinuantes). Perdi dias e dias diante do meu aparelho de som montando essas fitinhas.

Uma outra mania, esta um pouco mais recente, foi a do chopp colorido. Chopp de vinho (vermelho), chopp com menta (verde) e outras baboseiras inventadas para atrair as mulheres para o mundo choppeiro e cervejeiro, que estragavam o sabor do nosso amado chopp.

Bom, as manias e modas foram muitas em todas as épocas, e continuaram e continuarão se sucedendo. Nossa época não escapa disso e é rica em manias excêntricas e bizarras. Entre essas manias atuais podemos listar alguns exemplos sui generis: andar na contra-mão em rodovias movimentadas e grandes avenidas, geralmente justificada com a desculpa de escapar do pedágio (talvez essa mania seja impulsionada por outra: a da privatização das rodovias e de seus consecutivos aumentos de pedágios); defenestrar crianças, sim, é uma palavra nova no meu léxico também, e seu significado é, segundo o Houaiss, atirar (alguém ou algo) janela afora, violentamente; e a mais nova, a moda da caça ao motorista bêbado.

Essa última moda afeta diretamente os Boêmios Malditos e, se pegar, fará mudar toda uma cultura boêmia em nosso país e, principalmente, aqui em terras paulistanas. Como moro na Vila Madalena, tenho várias opções botequísticas em um raio de ação que uma caminhada leve resolve, mas a maioria das pessoas não possui tal comodidade. Talvez os bares tenham que acrescentar uns quartos para abrigar seus clientes depois da bebedeira. Alguns já estão criando serviços de entrega de bêbados a domicílio (não me informei sobre o preço do serviço, mas não deve ser nada barato). As reuniões nas casas de amigos devem aumentar, o que, conseqüentemente, vai aumentar de forma proporcional o número de reclamações nos condomínios. Enfim, sem entrar na discussão da correção, ou não, da lei e da quantia das propinas aos policiais que aumentaram de forma exponencial, essa é uma lei pra mudar uma cultura e vai dar muito pano pra manga. Merece atenção.
Chefia!!! Fecha a conta e chame um táxi!


Urubú

Um comentário:

Unknown disse...

É mano esse pessoal não sabe o que está fazendo. Concerteza os danos à sociedade como máquina geradora de capital ficará fragilizada frente a essa nova moda, porque não dizer absurda.

Quem sabe qual a próxima moda.


Ei meu caro como você colocou esse vídeo no meio do post? Sempre que tento pelo Youtube ele fica em cima. Você pode me dar uma dica?